outubro 13 2020 0comment

Símbolo de raça, líder e vontade incomum; companheiros do título de 77 falam sobre o zagueiro Manoel

Agência Botafogo
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Companheiros do zagueiro Manoel Oliveira Costa, o Manelão, 75, relembraram do ex-jogador, que faleceu na madrugada desta terça-feira (13) em decorrência de complicações de Alzheimer.

Manoel, que era um dos líderes do time campeão da Taça Cidade de São Paulo em 1977, estava internado no Hospital das Clínicas desde a última segunda-feira (5), quando foi constatada uma infecção urinária e pneumonia.

O velório de Manelão está marcado para o Memorial Campos Elíseos e será realizado das 12h30 às 14h30. O sepultamento será no Cemitério da Saudade.

A diretoria do Botafogo presta os seus mais sinceros sentimentos e condolências à família e amigos, reza para que todos encontrem forças para superar essa triste perda e decreta luto oficial de três dias.

“O Manoel era o nosso Deus da Raça. Ele sacudia todo mundo, cobrava muito o nosso grupo. Era um grande companheiro e vai deixar muita saudade. O Manelão era uma pessoa maravilhosa e aprendi muito com ele”, disse Paulo César Camassuti, que subiu para o elenco profissional na temporada de 1977.

“Lembro que o Manoel disse numa entrevista que estava com uma lesão no braço. Porém, a gente sabia que a contusão era no tornozelo. Cheguei para ele e perguntei o motivo. ‘Camassuti se você falar que é no tornozelo o adversário vai bater na região do tornozelo. Então, fala que é no braço que vão bater no braço e você não vai sentir nada'”, contou o ex-ponta direita.

Companheiro de Manelão no sistema defensivo no duelo contra o São Paulo, o também defensor Miro ressaltou a garra do ex-jogador.

“O Manoel era a cara do Botafogo no time de 1977 e encarnou o que a torcida esperava dos jogadores dentro de campo. Outro detalhe que fica gravado é a superação que o Manelão tinha. Ele chegou a jogar de lateral esquerdo e buscava aprender sempre”, relembrou.

A mesma opinião foi compartilhada por Zito. “Ele foi um jogador voluntarioso, raçudo e com uma garra e vontade incomum. Tinha muita moral com a torcida e se dava bem com todo o elenco e funcionários. É uma perda irreparável. Sentimos muito”.

O atacante João Carlos Motoca também relembrou o ex-companheiro. “Com muita tristeza recebi a notícia no início desta manhã. Ele vai deixar um vazio nos nossos corações. Ele tinha muita raça, colocava respeito dentro de campo e dificilmente ficava fora de uma partida. Foi um companheiro exemplar e que sempre procurou orientar os mais novos”, completou.

MANELÃO

Como os companheiros ressaltaram, Manelão foi um xerifão dentro das quatro linhas em razão da imposição física e da raça apresentada nos jogos.

Ele chegou ao clube em 1971 após passagem pelo América-SP e atuou até 1980, quando pendurou as chuteiras. Neste período, o ex-zagueiro jogou em todas as posições do setor defensivo e se tornou rapidamente um xodó da torcida botafoguense.

Natural da cidade mineira de Januária, Manoel foi um dos líderes do elenco que conquistou a Taça Cidade de São Paulo em 1977, considerado o principal título da história centenária do Pantera.

Durante a competição, o ex-zagueiro foi um dos capitães da equipe do treinador Jorge Vieira. Aguilera, Lorico e Nei também utilizaram a braçadeira.

Logo após encerrar a carreira, Manoel continuou no Botafogo. Ele foi preparador físico do time de 1981 a 1983. Fora de campo, é sempre lembrado pelos torcedores.

Ele está na sessão Hall da Fama do Tricolor.