Luiz Cosenzo e José Bazzo
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Na vitória do Botafogo sobre o Oeste por 2 a 0 na última terça-feira (5), na Arena Barueri, pelo Campeonato Brasileiro da Série B, um botafoguense chamou a atenção. Não pelo futebol apresentado, mas sim pelo comportamento fora das quatro linhas.
Trata-se do jornalista Reni Ravaneli, que ficou conhecido como o “torcedor solitário” do Pantera, como denominou o SporTV, que transmitiu o confronto.
Ele encarou uma jornada de uma hora e trinta minutos entre metrô e trem para chegar na estação em Barueri. Após usar o transporte público, Reni ainda caminhou por cerca 20 minutos debaixo de muita chuva para chegar ao estádio.
Chuva que persistiu durante o jogo e que não fez Reni parar de cantar e incentivar o Botafogo.
“Não vaie o Botafogo. Nunca, jamais vaie o Botafogo. Isso sempre me deixou muito triste. Somos exigentes e cobramos. Tá certíssimo. Mas temos que saber que o nosso lugar é apoiar sempre. Troque uma vaia por um “te amo, Tricolor!”, como eu e muitos fazemos”, disse ele em um texto que foi encaminhado através das mídias sociais.
Além de mostrar o incondicional apoio ao Tricolor, marca histórica da nação botafoguense, Reni admitiu que o acesso está difícil, mas afirmou que o Pantera vive um de seus principais momentos em mais de cem anos de história.
“Tenho claro na minha cabeça que estamos em um de nossos melhores momentos. O retorno à Série B era um sonho antigo e o campeonato é muito difícil”, afirmou Reni, que foi presentado pelo clube com uma camisa autografada pelos jogadores e comissão técnica.
CONFIRA ABAIXO O TEXTO DO “TORCEDOR SOLITÁRIO” DO PANTERA
“Oi, pessoal. Tudo bem? Agradeço o carinho de todos, de coração. Acho que, assim como eu, vários se decepcionaram um pouco com o time depois de um começo estonteante e uma má campanha dentro do Santão.
Mas, pra mim, em se tratando de Botafogo, a questão nunca foi ganhar, perder ou empatar. O prazer é ver o nosso Botafogo jogar. Eu, pessoalmente, me sinto mais botafoguense nos piores do que nos melhores momentos, claro, nada contra quem aprendeu a torcer depois de títulos e acessos. Tenho claro na minha cabeça que estamos em um de nossos melhores momentos. O retorno à Série B era um sonho antigo e o campeonato é muito difícil.
Desanimei após a derrota para o Coritiba, mas decidi de última hora ir contra o Oeste. Por conta do meu trabalho em São Paulo, volto pouco para Ribeirão Preto e tenho saudades da minha família, dos meus amigos e do meu time. Estava perto, tinha que ir com chuva ou sol. Por isso, fui e, felizmente, consegui ser pé quente.
Quero dizer que eu não era o único botafoguense lá, pois haviam torcedores infiltrados no meio da torcida do Oeste. O querido Wendel Escobar era um deles. Junto de sua família, me deu uma carona na volta. Eu escolhi ficar do lado do Botafogo porque é impossível segurar o grito com um gol do Fogão. Fiquei e representei a todos!
Confesso que me assustei com a repercussão. Fui o mesmo que sou no Santa Cruz, cantando, xingando e até dando uma de treinador. Li algumas mensagens de gente querendo fazer homenagem pra mim. Bobagem pessoal, não sou maior que ninguém da nossa comunidade. Mas, se alguém quiser me presentar com algo, eu tenho um único pedido. Não vaie o Botafogo. Nunca, jamais vaie o Botafogo. Isso sempre me deixou muito triste. Somos exigentes e cobramos. Tá certíssimo. Mas temos que saber que o nosso lugar é apoiar sempre. Troque uma vaia por um “te amo, Tricolor!”, como eu e muitos fazemos. Tamo junto, turma!”